10.6.11

Alquimia

A origem da alquimia perde-se no tempo, sendo mais antiga do que a história da humanidade. O seu verdadeiro início é desconhecido e envolto em obscuridade e mistério. Assim, o seu surgimento confunde-se com a origem e evolução do homem sobre a Terra.
Muitos associam a origem da alquimia a uma herança de conhecimentos de uma antiga civilização que teria sido extinta. Na Terra, já teriam existido inúmeras outras civilizações em diversas épocas remotas, em que algumas eram mais evoluídas que a nossa. Estas civilizações tiveram uma existência cíclica, com o nascimento, desenvolvimento e morte ocorrida provavelmente por meio de grandes catástrofes, como a queda de um grande meteoro, inundações ou erupções vulcânicas, que acabavam por reduzir grandes civilizações a um número ínfimo de sobreviventes ou mesmo por dizimá-las.
Os conhecimentos sobre a alquimia estariam impregnados no inconsciente colectivo de todas as civilizações até hoje ou poderiam ter sido transmitidos pelos poucos sobreviventes e desta maneira a alquimia teria resistido ao tempo.
Os textos chineses antigos referem as "ilhas dos bem-aventurados" que eram habitadas por imortais. Acreditava-se que ervas contidas nestas três ilhas após sofrerem uma preparação poderiam produzir a juventude eterna, que seria como o elixir da longa vida da alquimia.


Alguns opinam que a palavra "alquimia" vem da expressão árabe "al Khen" (الكيمياء ou الخيمياء de raiz grega, "alkimya”), que significa "o país negro", nome dado ao Egipto na antiguidade, e que é uma referência ao hermetismo, com o qual a alquimia tem relação. Outros acham que está relacionado com o vocábulo grego "chyma", que se relaciona com a fundição de metais.
Os alquimistas relacionam a sua origem ao deus egípcio Thoth, que os gregos associaram a Hermes (Hermes Trimegisto). Alguns alquimistas consideravam-no como um rei antigo que realmente teria existido, sendo o primeiro sábio e inventor das ciências e do alfabeto. Por causa de Hermes a alquimia também ficou conhecida como arte hermética ou ciência hermética.
Na Idade Média, foi descoberta a Tábua de Esmeralda (tabella smaragdina), atribuída a Hermes, que continha um dos mais sérios tratados da alquimia.


Hermes Trimegisto

Os relatos mais remotos de doutrinas que utilizavam os preceitos alquímicos remontam de uma lenda que menciona o seu uso pelos chineses em 4.500 a.C. Ao que parece ela teria aflorado do taoísmo clássico (Tao Chia) e do taoísmo popular, religioso e mágico (Tao Chiao). Porém os textos alquímicos começaram a surgir na dinastia T'ang, por volta de 600 a.C. Na China, o mais famoso alquimista foi Ko Hung (cujo nome verdadeiro era Pao Pu-tzu, viveu de 249-330 d.C.) que acreditava que com a alquimia poderia superar a mortalidade.
Outra hipótese, apresentada por Jacques Carles e Michel Granger, para a origem da alquimia é Vénus – o planeta! Chamado também de estrela da tarde, estrela da manhã ou estrela do pastor, ponto luminoso que sobressai no céu estrelado. Planeta de tamanho ligeiramente menor que a Terra, realiza a sua revolução em volta do Sol em 224,7 dias e a sua densidade é da mesma ordem da da Terra, o que permite especular que a constituição interna dos dois planetas seja semelhante. Por outro lado, Vénus tem uma atmosfera densa e uma temperatura muito elevada que exclui actualmente a possibilidade de vida tal como nós a concebemos.
Antes de 3.000 a.C., de acordo com pesquisas a alguns registos arqueológicos, Vénus estava ausente dos planetas visíveis e algumas tradições relatam o aparecimento brusco de Vénus no céu. Cerca de 2.500 a.C., no tempo do Êxodo, o nosso mundo foi abalado por cataclismos que coincidiram com este aparecimento de Vénus aos nossos olhos, derivado provavelmente do seu colapso que supostamente exterminou a civilização do planeta. Como esta teria um grau de desenvolvimento extraordinário, certos seres puderam ser salvos e procuraram refugio na Terra por ser o planeta mais perto e semelhante.
Assim, a alquimia poderá constituir os restos da ciência dos habitantes de Vénus, pois ambas atribuem grande importância à radiação solar ou cósmica. Entre outros antigos alquimistas, Hermes afirmava que “O Sol faz tudo”.
Começamos a perguntar-nos se a evolução técnica não poderá ter sido inspirada por seres superiores para ajudarem à sobrevivência no nosso planeta, onde o Homem vindo directamente de Deus habita o centro do Mundo.
A simultaneidade da aparição das técnicas em vários pontos do globo cria um problema de etnologia e antropologia, assim como, os saltos tecnológicos ao longo dos séculos, de que podemos salientar: o ouro mexicano e inca de que se não conhece a origem; os gigantes referidos na Bíblia e em diversas tradições; os monumentos gigantescos, como as estátuas da ilha da Páscoa ou as pirâmides do Egipto; ou ainda o avistamento de OVNIS (Objectos voadores não identificados) registados desde há 5.000 a.C. em desenhos e de diversas formas. Estes factos fazem-nos especular sobre a possibilidade extraordinária de seres superiores vindos de Vénus serem os Atlantes das tradições ou os gigantes que tentaram passar os seus conhecimentos aos habitantes da Terra pouco evoluídos, que só fixaram o que impressionou mais a sua imaginação e os chamaram de Deuses.
Os vestígios não assimilados destas mensagens e ensinamentos podem provavelmente encontrar-se no ocultismo, na magia e na alquimia.
A Alquimia, ou a “arte de Hermes”, para além da busca da pedra filosofal, é antes de mais, uma filosofia. Para Jolivet Castelot, “a alquimia empenha-se em experimentar e conceber a vida íntima da matéria, esforçando-se por descobrir a lei universal que liga a matéria à grande ordem cosmogónica”. A alquimia é uma filosofia que tira a sua força do conhecimento mais perfeito da natureza. A pedra filosofal não passa de um catalisador universal que activa as reacções naturais, dando possibilidades incalculáveis, que escarnecem do factor tempo.
Assim, a Alquimia não se reduzia apenas às actividades práticas: havia também o aspecto filosófico e o lado místico. O iniciado nas artes alquímicas precisava desenvolver a paciência, envolver-se constantemente em orações, manter sigilo absoluto, ter conhecimentos de astrologia entre outros atributos. As histórias que cercam a origem da alquimia são cercadas de mistérios, lendas e superstições.

“Ora, lege, lege, relege, labora et invenier” (Ora, lê, lê, relê, trabalha e encontrarás)
Esta era uma das primeiras grandes lições que o mestre alquimista ensinava aos seus discípulos.
O ideal alquimista não pretende a descoberta de novos fenómenos, ao contrário do que procura cada vez mais intensamente a ciência moderna, mas sim reencontrar um antigo segredo, que ainda é inacessível e inexplicado à maioria.
Os alquimistas utilizam os termos Água, Terra, Ar e Fogo para explicar os quatro elementos, correlacionando-os respectivamente com os estados líquido, sólido, gasoso e a energia. O fogo simbolizava todos os tipos de energia, inclusive a energia imaterial dos corpos, o "éter", ou estado "etéreo". O conceito de estado gasoso não ficou conhecido pelo ocidente até o século XVIII com as pesquisas de Lavoisier. Isto demonstra o quanto os alquimistas estavam adiantados em relação aos sábios de seu tempo.
Os elementos teriam as seguintes características:
 Água: penetrante, dissolvente e nutritiva;
 Terra: solidez que estabiliza a matéria, suporte para o líquido;
 Ar: gasoso, expansivo, volátil;
 Fogo: energia que acelera o processo, aquece, ilumina;
 A Quintessência: Éter, equilibra e penetra nos corpos, é a força viva.
Os quatro elementos porém não eram suficientes para expressar todas as características e assim os alquimistas adoptaram os termos Enxofre, Mercúrio e o Sal para expressar os três princípios e, da mesma maneira que os quatro elementos, não representavam as substâncias mencionadas em si, mas sim as suas propriedades materiais que poderiam ser retiradas ou acrescentadas às substâncias, possivelmente por reacções químicas ou transmutações.
Contudo, como referido atrás, a alquimia não é constituída somente de um caminho material, como por exemplo a transmutação de qualquer metal em ouro, antes de tudo ela é uma arte filosófica e uma maneira diferente de ver o mundo.
Não podemos, no entanto, separar o material do espiritual, uma vez que na Terra estamos encarnados num corpo, onde um sofre influência do outro, pois na realidade tudo é uma coisa só, uma unidade, o ser humano. Na alquimia ocorre a transmutação da matéria e do espírito ao mesmo tempo.

O alquimista adquire conhecimentos irrestritos da natureza, pondo-se num ponto especial de observação e vendo tudo de maneira diferente. Seria como se uma pessoa pudesse ver tanto o aspecto físico nos mínimos detalhes como as energias associadas a este corpo. O alquimista estaria em contacto total com o universo, enquanto que para todos nós este contacto é apenas superficial.
Na realização da Grande Obra, o alquimista consegue obter a pedra filosofal e modificar a sua aura eliminando a cobiça e a avidez. Descobre que o ouro material não tem grande valor quando comparado ao ouro interno, ou seja, o caminho espiritual é infinitamente mais importante que as coisas materiais.
Todos se deveriam contentar com o básico para sobrevivência do corpo e dedicar-se por inteiro à busca de um aperfeiçoamento espiritual. Somente os homens de coração puro e intenções elevadas serão capazes de realizar a Grande Obra.
Assim, o alquimista é o estudante assíduo da alquimia, aquele que busca o caminho para a iluminação. O soprador é um mercenário que só se interessa pelo ouro que ele poderá produzir e o Adepto é o alquimista que realizou a Grande Obra, ou seja um iluminado.
A alquimia é a mais antiga das ciências e influenciou todas as demais. Tem como principal objectivo compreender a natureza e reproduzir os seus fenómenos para conseguir uma ascensão a um estado superior de consciência.
Os alquimistas, em suas práticas de laboratório, tentavam reproduzir a pedra filosofal a partir da matéria-prima primordial. Com uma pequena parte desta pedra é possível obter o controle sobre a matéria, transformando metais inferiores em ouro e também produzindo o Elixir da Longa Vida, que é capaz de prolongar a vida indefinidamente. Esta pedra filosofal não se constituía necessariamente de um objecto, mas sim energia que pode ser adquirida e controlada.
Um não iniciado poderia possuir a pedra e dela não desfrutar toda a sua potencialidade conseguindo, quando muito transformar uma pequena quantidade de chumbo em ouro. A transformação da matéria-prima na pedra filosofal, juntamente com a transformação do indivíduo constitui a Grande Obra.
No laboratório, com experimentos e constantes leituras e releituras, o alquimista nas várias etapas da transformação da matéria, vai gradativamente transformando a própria consciência. Pelo que antes do ouro metal, o alquimista deverá encontrar o ouro espiritual dentro de si.
Os ideais e poderes pretendidos pelos alquimistas, podem ser correlacionados com os poderes de Cristo, que foi capaz de transmutar água em vinho, multiplicar os pães, andar sobre a água, curar milagrosamente, entre outros. Ele dizia sempre: “aquele que crê em mim, fará tudo que eu faço e ainda fará coisas maiores”.
Os alquimistas buscavam esta pureza e compreensão espiritual, conseguindo assim, realizar estas obras. Portanto, o exemplo de Cristo, além do exemplo espiritual, constitui-se como um meio de descobrir o poder sobre a matéria. Muitos alquimistas consideram Cristo ”A” própria Pedra Filosofal.
Assim, encontrar a pedra filosofal significa descobrir o segredo da existência, um estado de perfeita harmonia física, mental e espiritual, a felicidade perfeita, descobrir os processos da natureza, da vida, e com isso recuperar a pureza primordial do homem, que tanto se degradou na Terra.
Portanto, a Grande Obra eleva o ser a mais alta perfeição: purifica o corpo, ilumina o espírito, desenvolve a inteligência a um ponto extraordinário e repara o temperamento.
A pedra filosofal era gerada a partir da matéria-prima primordial, além de outros compostos, no Ovo Filosófico, que é um recipiente redondo de cristal onde todos estes compostos vão sendo transformados, em várias etapas, sempre utilizando o forno. Este processo frequentemente é comparado a uma gestação da pedra filosofal.
Isto seria como reproduzir o que a Natureza fez no princípio, quando só existia o caos, porém de maneira mais rápida, dando melhores condições para que ocorram as transformações.
O mundo é como um grande organismo (macrocosmo), enquanto o homem é um pequeno mundo (microcosmo), esta é uma das interpretações da frase: "O que está em cima é como o que está em baixo". O próprio laboratório do alquimista é um microcosmo onde ele tenta reproduzir de maneira mais acelerada um processo semelhante ao da criação do mundo.
Toda matéria (por matéria fica entendido tudo que existe no universo, até mesmo a energia pode estar revestida pela matéria) é constituída de uma mesma unidade comum a todas as substâncias. A partir desta "semente" pode-se produzir infinitas combinações e infinitas substâncias.



O símbolo alquímico do ouroboros, que é a figura de uma serpente mordendo a própria calda formando um círculo, representa estas constantes transformações em que nada desaparece nem é criado, tudo é transformado como o princípio da conservação de energia, ou a primeira lei da termodinâmica, postulados muito tempo depois.
Portanto, esta unidade da matéria única é a mesma para todas as coisas, podendo combinar-se produzindo uma variedade infinita de substâncias e energias.
Os alquimistas procuram reduzir a matéria à unidade comum, que não são os átomos, para assim poderem reestruturá-la, tornando possível a transmutação. Esta unidade da matéria constitui tudo que existe, desde os átomos que se combinam para formar as moléculas e estas irão formar outras substâncias mais complexas, os organismos até os planetas que formam os sistemas e galáxias. Portanto, todas as coisas possuem a mesma unidade fundamental, este é o postulado fundamental da alquimia "Omnia in unum" (Tudo em Um).
O caos primordial que deu origem ao universo é comparado no reino mineral à matéria-prima, que é uma massa em estado de desordem que dará origem à pedra filosofal.
A prática alquímica, de maneira extremamente resumida, consiste em pegar a prima materia (a matéria-prima primordial), eliminar as suas impurezas (morte e renascimento), separar os seus componentes (mercúrio e enxofre) e reuni-los novamente (por intermédio do sal) fixando os elementos voláteis, formando assim a pedra filosofal. Seria como"libertar o espírito por meio da matéria e a própria matéria por meio do espírito", ou ainda, fazer do fixo, volátil e do volátil, o fixo, onde não se pode fazer cada etapa independentemente.
A matéria-prima que dará origem à pedra filosofal constitui um dos grandes segredos da alquimia. Normalmente é descrita como algo desprezado, inferior e sem valor. Pode ser encontrado em todos os lugares, é conhecido por todos, é varrido para fora de casa, as crianças brincam com ele, porém possui o poder de derrubar soberanos.
Para descobrir a matéria-prima mineral o operador e o objecto, observador e o observado, devem estar unidos. Isto significa abstraírem-se da visão lógica e desenvolver uma visão intuitiva. Esta visão pode aparecer após um longo período de reflexão sobre os impasses insolúveis da alquimia, após um estímulo externo como o barulho do vento, das ondas do mar, do trovão e outros. Caso contrário, ela permanecerá escondida por uma roupagem ou uma casca como o ovo. O orvalho normalmente é utilizado para humedecer (banhar e nutrir) a matéria-prima.
Nas várias etapas do processo a matéria vai mudando de cor, primeiro aparecendo uma massa enegrecida, que passa a esbranquiçada e finalmente avermelhada.
A cor negra seria a cor da fase da putrefacção, a cor branca inicia-se na fase de dissolução e a cor vermelha constitui a fase final do processo, ou seja, a pedra filosofal. Podem também aparecer cores intermediárias como o amarelo e mesmo as cores do arco-íris, também chamadas de cores da cauda do pavão. A observação destas cores é muito importante para saber se a obra está a evoluir de maneira correcta.
Outro indício da conclusão será a junção de cristais em forma de estrela na superfície do líquido, ou um som parecido com o canto de cisnes.
Em baixo, podemos observar um quadro de Henri Khunrath que mostra um laboratório oratório. Nos frascos que se alinham sobre a bancada da chaminé guardam-se certas substâncias alquímicas. Salienta-se também o alquimista que, de joelhos diante da tenda-oratória, implora a graça divina para a consumação do feito. A palavra Laboratório tem a seguinte origem: Labor = trabalho; Oratório = local de orações.





A partir das obscuras etimologias, carregadas de símbolos dos escritos alquimistas, o que se pode obter claramente são as finalidades perseguidas pela alquimia que se resumem em três fundamentos:
1. Transformar os metais chamados inferiores (principalmente o mercúrio e o chumbo) em ouro e prata, metais tidos como superiores;
2. Preparar uma panaceia que cure as enfermidades humanas, conserve e devolva a juventude e prolongue a vida - a Medicina Universal ou o Elixir da Longa Vida;
3. Conseguir a transformação espiritual do alquimista, de homem caído em criatura perfeita.

O universo é Maya, ilusão. Quando o Espírito, se liberta de Maya, retorna ao Ain Soph da Cabala. Em última síntese, cada Ser é somente um átomo superior divino do espaço abstracto absoluto. Esse átomo é o Ain Soph.
Os deuses inefáveis do Ain Soph estão para nós muito além de toda compreensão. No Ain Soph reina apenas a unidade da vida. Precisamos nos libertar do binário e voltar à unidade da vida.
Urge passar para mais além das manifestações dolorosas de Maya e existe uma ciência com a qual podemos rasgar o véu de Maya e retornar ao Ain Soph. Essa ciência é a alquimia.
Ou seja, a alquimia é uma via para alcançar a reintegração, essencialmente simbólica e substancialmente espiritual.
Com efeito, é pela Alquimia Espiritual que construiremos o templo do Espírito e conquistaremos o pó donde viemos (Max Heindel, Occult Principles of Health and Healing, Oceanside, 1938).
No mundo moderno, cava-se uma distância abissal entre a mente e o coração. A pedra filosofal do Conhecimento e da Verdade será alcançada quando a mente e o coração se unirem harmoniosamente, aperfeiçoando-se e cooperando mutuamente até que o ser humano atinja a mais elevada Gnosis e a mais elevada Sophia, isto é, até que esteja em condições de viver a Vida Religiosa em plenitude.
A Tábua de Esmeralda é considerada o ensinamento mais antigo em relação à alquimia e à pedra filosofal (lapis philosophorum). Segundo a tradição, trata-se de uma pedra preciosa ― uma esmeralda ― na qual foram feitas, milhares de anos antes da era cristã, algumas inscrições em alto-relevo.
O texto é ainda hoje a mais reverenciada de todas as fórmulas alquímicas, e refere-se tanto a metais como à alquimia divina da regeneração humana.
A Tábua de Esmeralda também diz respeito simultaneamente ao indivíduo humano (microcosmo) e ao sistema solar (macrocosmo), vistos ambos em seus aspectos ocultos e transcendentes.
Atribuída a Hermes na tradição esotérica, a Tábua é a origem da lenda maçónica de Hiram (ou Chiram), sendo Chiram o protótipo ou arquétipo do ser humano.

O texto da Tábua,publicado por Manly P. Hall, é o seguinte:

Os Trabalhos Secretos de Chiram, Um em Essência, Mas Três em Aspecto.
É verdade, não é mentira, é certo e pode-se confiar, o superior está de acordo com o inferior, e o inferior está de acordo com o superior, para produzir aquele trabalho único e verdadeiramente maravilhoso. Assim como todas as coisas devem a sua existência à vontade do Uno Único, assim também todas as coisas devem sua origem à coisa una e única, a mais oculta, por disposição do Deus uno. O pai daquela coisa una e única é o Sol, a sua mãe é a Lua, e o vento a carrega em sua barriga; mas a sua ama é uma terra espiritual.
Separe aquela terra espiritual do denso ou grosseiro através de um calor suave, com muita atenção.
Em grande parte, ela sobe da terra para o céu, e desce novamente, renascendo na terra, e o superior e o inferior têm o seu poder aumentado.
Com isso você participará das honras do mundo como um todo.
E a escuridão fugirá de você.
Esta é a força de todos os poderes. Com isso você será capaz de superar todas as coisas, e transmutar tudo o que é fino e o que é grosseiro.
Desta maneira o mundo foi criado; os procedimentos para seguir este caminho são ocultos. Por esta razão eu me chamo Chiram Telat Mechasot, um em essência, mas três em aspecto. Nesta trindade está oculta a sabedoria de todo o mundo.
Está terminado, agora, o que eu disse sobre os efeitos do Sol. Final da Tabula Smaragdina.

“Em verdade vos digo: tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu e tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu.” (Mateus 18:18).
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BIBLIOGRAFIA E NETOGRAFIA
Carles, Jacques; Granger, Michel, “A Alquimia – superciência extraterrestre?”, 1972, Livraria Bertrand
“A Alquimia e os verdadeiros alquimistas”, in http://www.scribd.com/doc/6545195/Alquimia-Manual-Completo
http://www.memphismisraim.pt
http://solascriptura-tt.org/Seitas/Alquimia-SiteGomorra.htm
http://cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_25/alquimia.html
http://carmenarabelablog.wordpress.com/2010/05/19/
http://www.hermanubis.com.br/
http://paxprofundis.org/livros/transmutacao/transmutacao.html
http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=159

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